A
combinação de demanda crescente por imóveis e oferta em alta deve fazer com que
o crédito imobiliário aumente a participação no Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro nos próximos anos, afirmou um representante do Banco Central, no
último dia 20.
“Com
o crescimento demográfico, a população vai continuar demandando imóveis”, disse
o chefe adjunto do Departamento de Normas do BC, Júlio César Paranatinga
Carneiro. “Não vai continuar no mesmo ritmo que vimos recentemente, mas é
inevitável que aumente a participação (no PIB).”
Os
financiamentos imobiliários respondem atualmente por pouco mais de 5 por cento
do PIB do país.
“É
uma participação pequena, em relação a países desenvolvidos, com potencial para
crescimento… não podemos mais continuar com 5 por cento, é uma questão de
tempo, a menos que haja alguma mudança no cenário econômico”, acrescentou,
durante seminário promovido pela associação que representa o setor no país,
Abecip.
Em
relação aos preços de imóveis, Carneiro assinalou que, embora elevados, os
valores vêm passando por uma correção, após um “período de estagnação de
preço”. Ele descartou a existência de uma “bolha” no mercado imobiliário
brasileiro. “Temos ‘funding’ suficiente para crédito imobiliário”, acrescentou.
Os
recursos da poupança correspondem a 57,5 por cento dos recursos destinados a
financiamento de imóveis. Carneiro ressaltou, entretanto, a necessidade de se
desenvolver indicadores para avaliar os preços de imóveis.
“Nunca
se pensou em índice de preços de imóveis… agora, com aumento da participação no
PIB, começou a haver preocupação”, disse.
A
Fundação Getulio Vargas (FGV) vem estudando o desenvolvimento de um índice para
medir as variações de preços de imóveis residenciais, sob recomendação do BC.
Fonte
CRECI-PB
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